O governo japonês estuda elevar em pelo menos três vezes o imposto cobrado de quem deixa o país, em uma tentativa de financiar ações para mitigar os impactos do turismo excessivo. A informação foi antecipada pelo Nikkei Asia e ganha força dentro do Partido Liberal Democrático, que defende ajustes urgentes no modelo atual.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
A taxa, conhecida oficialmente como Imposto Internacional de Turismo, é hoje de 1 mil ienes (aproximadamente US$ 6,50) por passageiro e adicionada automaticamente às passagens aéreas e marítimas. O valor arrecadado no ano fiscal de 2024 atingiu 52,4 bilhões de ienes, o maior volume já registrado. Ainda assim, autoridades avaliam que os recursos não acompanham mais a demanda crescente por infraestrutura turística, sobretudo em destinos que enfrentam superlotação.
Entre as possibilidades em estudo no Japão estão a criação de novos espaços para circulação de visitantes, a ampliação de áreas de descarte de resíduos, o alívio no transporte público e a adoção de sistemas de reserva em atrações populares. A decisão final deve ser tomada até o fim do ano após discussões com a comissão tributária da coalizão governista e outros órgãos.
Como o aumento pode reduzir o número de japoneses viajando para o exterior, o governo também avalia diminuir as taxas de emissão de passaportes — hoje, um documento de 10 anos custa 15.900 ienes. Qualquer ajuste dependerá de mudanças na Lei de Passaportes.
A pressão do turismo também reflete o cenário econômico. Em 2024, o Japão recebeu 36,87 milhões de visitantes, recorde histórico. Já as viagens internacionais de japoneses caíram para 13 milhões, 35% abaixo dos níveis pré-pandemia, movimento influenciado pela desvalorização do iene.
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