Por que as viagens de ônibus ganharam força no Brasil? Por: Mauricio Boeshe*

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Por que as viagens de ônibus ganharam força no Brasil? Por: Mauricio Boeshe*

As viagens de onibus, ou o transporte terrestre, há décadas, se mantém como o alicerce insubstituível da integração interestadual brasileira. Ignorar sua relevância é negligenciar a espinha dorsal da nossa mobilidade. Segundo dados do Observatório Nacional de Transporte e Logística da Infra S.A., os números apontam que só no primeiro semestre de 2025 foram mais de 18,6 milhões de passageiros interestaduais, um crescimento de 10,27% em relação ao mesmo período de 2024. No setor de cargas, responsável por cerca de 62% de todo o volume logístico, o transporte rodoviário é igualmente vital.

Contudo, a mera dependência dessa infraestrutura não basta. O Brasil vive a urgência de uma transformação. A realidade é que, enquanto a frota pesada (ônibus, micro-ônibus, caminhões, carretas, motorhomes e tratores) cresceu 41,8% (2014-2023), segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a malha federal pavimentada avançou irrisórios 0,3%, conforme o Atlas CNT do Transporte 2025. É essa disparidade que exige uma visão radicalmente nova para o ponto nevrálgico da jornada, a experiência das viagens de ônibus.

O deslocamento rodoviário de passageiros precisa deixar de ser uma simples estação para se tornar o epicentro da mobilidade inteligente, um verdadeiro hub 4.0 ou, em outros termos, um “terminal do futuro”. Felizmente, essa transformação está em curso no Brasil, alavancada por grandes investimentos. O Governo Federal, por meio da ANTT e do Ministério dos Transportes, por exemplo, apontaram que foram 15 leilões de concessões rodoviárias previstos para 2025, com a expectativa de injetar R$ 161 bilhões, somados aos R$ 4,5 bilhões em modernização.

À luz desses investimentos, é preciso refletir sobre o terminal do futuro não ser apenas físico; mas sim tecnológico. O uso estratégico de Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e big data não deve ser visto como um luxo, mas como uma necessidade para garantir previsibilidade, segurança e otimização de rotas. A digitalização das passagens, a compra por app e o aumento da concorrência reforçam a tese de que a qualidade da experiência do viajante é o novo capital.

Neste cenário de revolução digital e foco no viajante, a colaboração se torna a palavra-chave. Players como a ClickBus, pioneira desde 2013 na digitalização da compra de passagens de ônibus, demonstram o potencial disruptivo da tecnologia, e definem novos padrões de conveniência e eficiência. Contudo, para que essa transformação se complete, é imperativo que a iniciativa privada e as plataformas digitais operem em sinergia com o poder público e as concessionárias. O avanço das Parcerias Público-Privadas (PPPs) é o caminho que demonstra a viabilidade de um modelo mais eficiente e abrangente para o setor.

A viagem de ônibus do futuro é, portanto, um ecossistema que converte o tempo de espera em conveniência e o deslocamento em qualidade de vida. É hora de investir não apenas em estradas, mas em experiências humanas e conectadas. Somente com essa visão unificada e tecnológica o Brasil transformará sua experiência de viagem em hubs de excelência, integrando o país de forma eficiente e sustentável.

* Mauricio Boesche é Diretor de Estratégia e Operações da ClickBus

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