O Jardim Botânico de São Paulo inaugurou na sexta-feira (11) a exposição Povos Originários, que celebra as culturas indígenas do Brasil e da Amazônia. A mostra apresenta mais de 800 peças originais, entre artefatos rituais, utensílios e objetos simbólicos que retratam o dia a dia dos povos originários. A entrada é gratuita para quem estiver visitando o Jardim Botânico.
“Mais do que uma mostra, essa exposição é um espaço de escuta, reconhecimento e valorização dos saberes dos povos indígenas, que há séculos mantêm uma relação profunda com a natureza. Durante nosso trabalho, incluímos mais de 100 culturas indígenas do país”, afirma Jules Soto, diretor dos Museus da Univali e idealizador e curador da exposição.
Segundo nota enviada ao DIÁRIO DO TURISMO, no local, os visitantes poderão encontrar materiais com 11 mil anos de existência, divididos em salas que contam sobre a cultura brasileira, passam pelo impacto com a chegada dos europeus ao país e retratam ainda a vida e a obra de Marechal Cândido Rondon – principal indigenista da América do Sul e fundador do SPI (Serviço de Proteção ao Índio) que precedeu a FUNAI.
Entre os destaques do acervo estão:
Um conjunto raro de objetos pessoais do Marechal Cândido Rondon como cartas escritas em resposta a questões humanitárias, além de itens como sua perneira militar, isqueiro, capacete e outros objetos de uso pessoal, que ajudam a traçar um retrato humano do marechal e sua relação com as causas indígenas.
Outro item que chama a atenção é a luva ritual de formigas tucandeiras, utilizada no tradicional ritual de passagem dos jovens da etnia Sateré-Mawé. Nessa cerimônia, formigas-de-fogo com ferrões voltados para dentro são presas ao interior da luva. Os meninos precisam resistir à dor para demonstrar coragem e maturidade — um sinal de que estão prontos para a vida adulta e, simbolicamente, para o casamento.
Também faz parte da exposição uma borduna cerimonial dos Rikbaktsá, um bastão decorado com penas e cabelos naturais, usado por caciques durante cerimônias. A peça representava poder e autoridade dentro da comunidade.
Para valorizar ainda mais o acervo, foi criada uma luminotécnica especial, com luzes quentes que realçam os tons terrosos, as texturas dos materiais e a diversidade de cores presentes nas obras, todas feitas a partir de elementos naturais da floresta.
Todas as peças foram cedidas pelo Instituto Cultura Soto. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 17h, no Jardim Botânico de São Paulo.
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