Cacau-Show escândalo: rituais, assédio e denúncias abalam a imagem da gigante do chocolate

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31 de maio de 2025

Cacau-Show escândalo: rituais, assédio e denúncias abalam a imagem da gigante do chocolate

A doçura que sempre envolveu a imagem da Cacau Show – reconhecida como a maior rede de franquias de chocolates do Brasil – deu lugar a um amargor inesperado.

REDAÇÃO DO DT

Acusações de práticas abusivas, perseguições internas e até rituais místicos no ambiente corporativo transformaram a marca em alvo de duras críticas nas redes sociais e nos tribunais. A aura encantadora da empresa, com mais de 4 mil unidades em funcionamento, agora está sob escrutínio público.

Ambiente místico e clima de intimidação interna

De acordo com relatos obtidos pelo portal Metrópoles, ex-funcionários da Cacau Show formalizaram denúncias junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) narrando episódios insólitos: encontros espirituais conduzidos pelo próprio CEO da empresa, Alexandre Tadeu da Costa. Segundo essas alegações, colaboradores eram convocados a comparecer ao expediente vestidos de branco, descalços, em ambientes iluminados por velas, onde entoavam cânticos em círculo – rituais interpretados por muitos como experiências constrangedoras e intimidantes.

Além das cerimônias, foram relatadas práticas de assédio moral, gordofobia e homofobia, atribuídas a lideranças da companhia. Funcionários que se recusavam a participar das atividades ou demonstravam desconforto afirmam ter sido alvo de retaliações internas.

Franqueados em colapso: produtos vencidos, represálias e processos

Do lado dos franqueados, o cenário também é sombrio. Empresários alegam que, ao questionar políticas internas, passaram a receber produtos com validade próxima do vencimento ou de baixa rotatividade, o que comprometia a sustentabilidade dos negócios. Em casos mais graves, houve suspensão de crédito para compra de insumos, exigindo pagamento à vista mesmo durante disputas judiciais – prática classificada como inconstitucional pelo juiz Julio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível de Brasília.

O impacto dessas medidas foi devastador: falências em série e famílias financeiramente arruinadas. O perfil anônimo no Instagram, “Doce Amargura”, tornou-se um canal de desabafo coletivo, reunindo dezenas de depoimentos que narram episódios de pressão, abandono e desespero. Em uma de suas postagens, o grupo desabafa: “Franqueados falidos. Famílias arruinadas. E enquanto vidas são devastadas, o franqueador segue lucrando com a próxima vítima”.

A tensão aumentou após a denúncia de uma franqueada, ainda vinculada à rede, que revelou ter recebido a visita do vice-presidente da Cacau Show, Túlio Freitas. A tentativa de diálogo foi interpretada como tentativa de intimidação, uma vez que o encontro ocorreu a mais de 600 km da sede da empresa, em Itapevi. A franqueada hoje busca, na Justiça, rescindir seu contrato.

O que diz a Cacau Show?

Em resposta às denúncias, a Cacau Show divulgou uma nota oficial:

“Não reconhecemos as alegações apresentadas pelo perfil Doce Amargura. Somos uma marca construída com base na confiança mútua, no respeito e na conexão genuína com nossos franqueados. Cada experiência é única e pessoal. Prezamos por relações próximas, transparentes e sempre pautadas pelo diálogo — pilares que sustentam nosso crescimento conjunto e tornam possível a construção de uma jornada empreendedora repleta de conquistas e momentos especiais.

O diretor comercial, Túlio Freitas, realiza visitas às lojas como parte de suas atribuições, com o objetivo de fortalecer o relacionamento com os franqueados e entender as necessidades do negócio. Essas visitas são realizadas de forma profissional e não têm qualquer relação com o perfil mencionado. Não compactuamos com qualquer conduta que contrarie esses valores. Seguimos firmes em nosso propósito: vivemos para, juntos, tocar a vida das pessoas, compartilhando momentos especiais.”

RAIO-X | Cacau Show

Fundação: 1988, na Casa Verde, zona norte de São Paulo
Lojas: 4.661; 4.287 franqueadas e 374 próprias; grupo também tem hotéis e parque de diversão Revendedores: 81,5 mil
Produção: capacidade para 30 mil toneladas ao ano
Faturamento: R$ 5,3 bilhões em 2023
Principais concorrentes: Kopenhagen, Lindt, Dengo e Brasil Cacau

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