A notícia de que a Embraer está livre de taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos representa um alívio estratégico não apenas para a companhia, mas para toda a cadeia aeroespacial brasileira.
A isenção inclui aeronaves, motores, peças e componentes, inseridos na seleta lista de 694 produtos considerados exceções pela nova política tarifária americana.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, a Embraer vê a decisão como um reconhecimento da relevância de suas operações para as economias dos dois países. Em nota oficial, a empresa destacou: “Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global. Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano”.
Na última semana, a Embraer alertou que o impacto do tarifaço poderia inviabilizar vendas aos EUA, elevando em até R$ 50 milhões o preço de cada avião exportado. A projeção até 2030 indicava um prejuízo potencial de R$ 20 bilhões apenas em tarifas. Com a retirada da taxa, a expectativa é de estabilidade e expansão comercial.
Segundo a Amcham Brasil, os produtos brasileiros isentos da medida representam US$ 18,4 bilhões em exportações — 43,4% do total enviado aos EUA em 2024. O setor de aeronaves, liderado pela Embraer, foi responsável por US$ 2 bilhões desse montante, sendo metade em aeronaves leves.
Desde abril, os produtos da Embraer estavam sujeitos a uma tarifa de 10%, vigente até agosto. Com a nova resolução e a inclusão na lista de exceções, as ações da empresa valorizaram 10,93% somente nesta quarta-feira, demonstrando a confiança do mercado no potencial de recuperação e crescimento da fabricante agora livre de taxa.
A medida que ameaça outros setores da economia brasileira foi resultado de uma escalada política envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em uma Ordem Executiva contundente, Trump acusou o governo brasileiro de minar o Estado de Direito ao perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, citando censura, prisões sem julgamento e perseguições políticas como justificativas para o aumento das tarifas.
O documento norte-americano ainda aponta o ministro Moraes como figura central nesse contexto, alegando abuso de autoridade e coordenação com outras instituições brasileiras para reprimir dissidências políticas. Tais alegações serviram de base para classificar o Brasil como uma “ameaça extraordinária à segurança nacional dos EUA”, equiparando o país a regimes considerados hostis, como Cuba e Irã.
Esse episódio evidencia o quanto disputas políticas internas podem reverberar no cenário internacional, afetando diretamente setores estratégicos da economia brasileira. O caso da Embraer ressalta a urgência de se preservar a autonomia das instituições nacionais e reforçar o diálogo diplomático para garantir a soberania do país, evitando que divergências políticas internas sirvam de pretexto para retaliações externas que comprometam a competitividade e o desenvolvimento do Brasil.
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