Durante o 9º Encontro Fluminense da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), realizado nesta terça-feira (6), no Hotel Mercure, em Macaé (RJ), o DIÁRIO DO TURISMO conversou com dois importantes mediadores do evento: Alexis Japiassu, representante da FBHA, e Marco Navega, presidente do Condetur Costa do Sol. Ambos destacaram o papel estratégico do turismo para a economia fluminense, a relevância da organização sindical e a necessidade de políticas públicas robustas para impulsionar o setor.
por Paulo Atzingen, de Macaé*
O encontro reuniu empresários, autoridades, gestores públicos e entidades técnicas, como o Sebrae, promovendo painéis voltados à hotelaria, à alimentação fora do lar e à integração regional. Confira as entrevistas com os mediadores.
Alexis Japiassu: “O turismo é a ponte entre economia e qualidade de vida”
Com atuação destacada na FBHA, Alexis Japiassu defendeu o turismo como ferramenta de desenvolvimento social e econômico. Para ele, o Encontro Fluminense é mais do que um fórum de debates: é uma ação concreta de fortalecimento da cadeia produtiva.
Durante a realização do 9º Encontro Fluminense, o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexis Japiassu, destacou ao Diário do Turismo que o evento foi criado com o propósito de integrar todos os players do setor turístico no estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, a iniciativa já extrapolou as fronteiras fluminenses, com uma edição realizada em Feira de Santana (BA), considerada um sucesso.
“Acreditamos que o turismo é a principal mola propulsora do desenvolvimento econômico e social fluminense”, afirmou Japiassu. Ele explicou que a federação tem atuado fortemente na organização sindical das áreas de hotelaria e alimentação, com sete sindicatos já estruturados e dois em processo de formação — um deles no município de Macaé.
Japiassu detalhou que o trabalho da FBHA está centrado na proteção do empresariado do turismo, com foco tanto na hotelaria quanto na alimentação fora do lar. Essa proteção, segundo ele, ocorre principalmente no campo jurídico, com a elaboração de convenções coletivas ajustadas à realidade econômica local.
“Isso reduziu drasticamente os litígios trabalhistas e dá tranquilidade ao empreendedor”, afirmou. Além disso, destacou seu papel como elo entre o setor produtivo e o poder público. “Estamos em contato constante com organismos públicos, com o Estado e com entidades paraestatais. Nosso objetivo é integrar o setor econômico ao ambiente institucional e fomentar o desenvolvimento regional”, completou.
Entre os destaques do encontro, Japiassu mencionou a criação da Subsecretaria Estadual de Gastronomia, medida que ele considera simbólica e estratégica. “Muita gente achou irrelevante, mas gosto de fazer uma metáfora: qual o lugar onde todos se reúnem numa casa? A cozinha. A gastronomia tem esse papel de união. A missão do subsecretário é justamente essa: reunir todos à mesa, promover integração e diálogo.”
Quando o assunto é a infraestrutura hoteleira, Japiassu foi enfático ao destacar o potencial de Macaé. “A cidade tem o segundo maior parque hoteleiro do estado do Rio, atrás apenas da capital. É uma estrutura robusta, que precisa de políticas públicas para continuar crescendo.”
Para ele, a estratégia da FBHA está alinhada à valorização do turismo como instrumento de desenvolvimento. “O turismo é a ponte entre economia e qualidade de vida. Nosso papel é garantir que essa ponte continue firme, conectando oportunidades e promovendo crescimento com responsabilidade.”
Também presente no evento, Marco Navega, presidente do Condetur Costa do Sol e referência no turismo regional, reforçou a importância política e econômica do Encontro Fluminense. Segundo ele, “a FBHA é uma entidade sindical patronal de relevância nacional. O evento em Macaé reforça o movimento sindical local. Queremos mostrar à comunidade empresarial que há representatividade junto ao Congresso e à Câmara. A CNC faz isso muito bem, por meio das federações.”
Navega apontou que Macaé ocupa posição de destaque no cenário estadual, conforme dados do Ministério do Turismo. “A cidade tem a segunda maior rede hoteleira do estado. Em hospitalidade geral, Paraty, Búzios e Angra se destacam, mas em hotéis, Macaé só perde para o Rio. Isso é reflexo da vocação para o setor de petróleo e gás, que exige padrões internacionais de atendimento.”
Sobre os impactos econômicos locais, Navega foi direto ao afirmar que “a cidade precisa oferecer estrutura hoteleira, restaurantes e serviços de apoio à altura. Isso gera empregos e movimenta a economia”. Mas também chamou atenção para os desafios recentes enfrentados pelo setor.
O encerramento do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), há dois meses, foi descrito como um golpe duro. “Estamos tentando nos recuperar, e a queda do Perse atingiu em cheio os empresários — tanto aqui quanto no resto do país.”
Ele revelou que há articulações em andamento para buscar soluções. “A FBHA, junto com a CETUR da CNC, está em diálogo com o Congresso. A ideia é criar uma alternativa, algo que alivie a carga sobre os empresários. Quem sabe a gente saia daqui com uma proposta concreta.”
*O jornalista viajou a Macaé convidado pela FBHA
Confira ALBUM DE IMAGENS (Crédito das fotos: Thais Siqueira)
O post Encontro Fluminense da FBHA em Macaé debate pautas empresariais do setor (Veja Fotos) apareceu primeiro em Diario do Turismo – O jornal diário dos melhores leitores.
