Durante a 20ª edição do Festival das Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR), evento que ocupou o centro de exposições do Rafain Palace Hotel & Convention, o Diário do Turismo conversou com o secretário municipal de Turismo e Projetos Estratégicos do município das Cataratas, Jin Petrycoski. O titular da pasta descreveu o papel estratégico do evento, as transformações recentes no destino e as perspectivas para o futuro do turismo na cidade. Considerou que os investimentos voltados a beneficiar o setor já somam R$ 1,8 bilhão em recursos já aportados no destino.
Diário do Turismo – Como Foz do Iguaçu se posiciona, por meio da Secretaria de Turismo e do Visit Iguassu, em relação aos 20 anos do Festival das Cataratas?
Jin Petrycoski – Chegar aos 20 anos não é para qualquer evento ou empresa. Isso mostra a credibilidade e a seriedade do Festival das Cataratas. É um momento único que temos no ano para reunir operadoras, agentes de viagens e todo o trade nacional e internacional. É a oportunidade de experienciar Foz do Iguaçu, discutir o Turismo e avançar em pautas comuns. Sempre tratamos o festival com muita seriedade. Na próxima edição do FITCataratas vamos intensificar o apoio e é um compromisso desta gestão aprofundar este suporte. Em 2026, além do festival, celebraremos os 110 anos da chegada de Santos Dumont a Foz do Iguaçu — uma data emblemática para o turismo local e que estará refletida no evento em uma série de ações.
DT – Por que Santos Dumont é tão simbólico para Foz do Iguaçu?
Jin Petrycoski – Ele foi quem teve a genialidade de dizer que um bem como as Cataratas do Iguaçu não poderia ser propriedade privada. Ele saiu a cavalo daqui até Curitiba para pedir ao governador da época a desapropriação da área. Graças a essa atitude visionária, hoje as Cataratas são um patrimônio público. O espírito visionário dele ainda inspira nossa gestão.
DT – Na prática, quais os impactos imediatos que o festival traz para a cidade?
Jin Petrycoski – A hotelaria fica plena em ocupação. Os transportes, as agências, os prestadores de serviços — todos ganham. O festival é um catalisador de negócios. A cada ano, ele é um divisor de águas. Minha meta como secretário é ampliar ainda mais essa presença, atrair novos parceiros e fomentar ainda mais o turismo local.
DT – Para quem ainda não conhece Foz do Iguaçú, o que mais surpreende além das Cataratas?
Jin Petrycoski – Foz deixou de ser um destino de natureza apenas. Hoje é o único destino completo do Brasil. Temos ecoturismo, turismo de eventos, de compras — com a proximidade do Paraguai —, turismo religioso com catedral, templo budista, mesquita e mais de 200 terreiros. Foz tem mais terreiros que Salvador!
DT – E o turismo de entretenimento?
Jin Petrycoski – Muito presente. Temos parques temáticos, inclusive um parque aquático com praia artificial — ou seja, Foz não tem litoral, mas tem praia! Isso mostra como o destino é plural.
DT – O senhor citou grandes investimentos. Pode detalhar?
Jin Petrycoski – Hoje, temos mais de R$ 1,8 bilhão em investimentos já aportados, não é promessa. Isso vem da união do público e do privado. O poder público está desenvolvendo infraestrutura: segunda ponte, duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), a Perimetral Oeste. E o município acaba de selar parceria com o governo do Estado para a liberação de mais de R$ 400 milhões em investimentos. Isso beneficia tanto o morador quanto o turista.
DT – Há uma preocupação em integrar o morador ao turismo?
Jin Petrycoski – Sempre houve esse cuidado. Nos atrativos turísticos, moradores têm gratuidade ou tarifas diferenciadas. Trazer o morador para dentro da FITCataratas e proporcionar que vivam essa experiência turística é relevante em nossa proposta.
DT – Qual a marca que 2025 deve deixar no turismo de Foz do Iguaçu?
Jin Petrycoski – Transformação. Estamos promovendo uma mudança visível. Queremos ser um case nacional de mudança no turismo, com políticas públicas eficazes, uso de tecnologia, novo posicionamento de comunicação e um ambiente favorável aos negócios. O setor privado está investindo e isso mostra que estamos no caminho certo.
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