Com uma jornada épica que atravessa continentes, climas extremos e culturas milenares, Luiz Thadeu Nunes e Silva reafirma sua missão de vida: conhecer todos os países do mundo, superando os próprios limites e voando mais do que a própria Terra.
DA REDAÇÃO
Luiz Thadeu, reconhecido como um dos brasileiros mais viajados da atualidade, acaba de concluir mais uma façanha que impressiona não apenas pelos destinos percorridos, mas pela magnitude do trajeto: em pouco mais de um mês, entre setembro e outubro, ele percorreu nada menos que 44.430 quilômetros em voos, ultrapassando a própria circunferência da Terra.
“Voei mais do que a circunferência da Terra, que é de 40.000 km”, conta com entusiasmo. “Foram 44.430 km no total.”
A aventura teve início em 26 de setembro, com um embarque de São Luís para Fortaleza. De lá, cruzou o Atlântico em direção a Lisboa e, em seguida, desembarcou em Amsterdã, ponto de partida para um roteiro minuciosamente planejado por 15 países da Europa e da Ásia.
O objetivo era claro: completar a visita aos países europeus – com destaque para a Islândia, o único que ainda faltava no seu vasto mapa pessoal do continente. “Já concluí as Américas, agora finalizei a Europa. Sou um entusiasta do Velho Continente”, revelou. E antecipou: “No próximo ano, pretendo passar três meses na Europa, logo após encerrar meu ciclo na Secretaria de Turismo do Maranhão.”
De Amsterdã, partiu para Reykjavik, capital da gelada Islândia. Dali, seguiu para Varsóvia, na Polônia – país que há tempos o atraía pela história e cultura. “Planejo voltar para conhecer outras regiões da Polônia com mais calma”, afirmou.
A viagem prosseguiu para Baku, no Azerbaijão, marcando o início da travessia por antigas repúblicas soviéticas. Ao todo, foram oito países da ex-URSS visitados nesta jornada. “Com isso, já conheço 14 dos 15 países que surgiram com a dissolução da União Soviética em 1991”, destacou.
A bordo de voos curtos e longos, Luiz adentrou a emblemática Rota da Seda e chegou à exótica Ulaanbaatar, capital da Mongólia, que o recebeu com temperaturas de -20°C. “É a capital mais fria do mundo. Sempre quis conhecer a terra de Genghis Khan”, disse. Por três dias, explorou a cidade, hospedou-se em hostel e trocou experiências com viajantes de diversas partes do mundo.
Depois de uma breve passagem por Pequim, rumou para a Arábia Saudita. “Nesta jornada, visitei quinze países, sendo onze deles inéditos para mim”, detalhou. E já traça novos planos: “Faltam apenas oito países asiáticos. Também estou estruturando uma expedição à África, que exige um planejamento ainda mais complexo por conta de conflitos, epidemias e restrições diplomáticas.”
Enquanto prepara futuras incursões — incluindo um ousado plano de visitar a Coreia do Norte e a Antártida — Luiz compartilha suas crônicas de viagem com leitores do Brasil, Portugal e Angola. “Minhas crônicas são publicadas em diversos jornais. Escrever é uma forma de reviver e eternizar cada experiência.”
Aos 67 anos, completados neste 7 de dezembro, Luiz renova sua meta de vida: conhecer todos os países do mundo. Superar limites é sua filosofia — sobretudo após o grave acidente sofrido em 2003, que o deixou sem andar por cinco anos e exigiu 43 cirurgias.
“Hoje sou considerado a pessoa com mobilidade reduzida mais viajada do mundo”, afirma com orgulho. “Minhas palestras em escolas e hospitais têm como missão mostrar que é possível se reinventar. Cada nova jornada é uma vitória sobre a dor.”
Viajando com recursos próprios, fruto de pesquisa e economia meticulosa, ele segue alimentando o sonho que virou missão. “Não tenho patrocínio. Financio cada viagem com meus próprios recursos. Com planejamento e foco, tudo é possível.”
E, como todo grande viajante, ele tem um lema que o guia:
“Terra, aproveite enquanto está sobre ela.”
Entre os 15 países visitados, Luiz passou por destinos como Islândia, Polônia, Azerbaijão, Mongólia, China, Arábia Saudita e Turquia. Foram 18 trechos aéreos, totalizando 61 horas de voo.
Do calor do Brasil às temperaturas gélidas da Ásia Central, cruzou diferentes fusos horários, culturas e paisagens, conectando-se com povos e histórias que moldam seu olhar para o mundo. Somados, ao total, esse grande viajante tem hoje em seu histórico, 162 países visitados em todos os continentes.
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